Na década de 1960 o filósofo canadense Marshall McLuhan usou pela primeira vez o termo “aldeia global” para explicar a tendência das tecnologias encurtarem distâncias, criando um mundo em que todos estariam, de certa forma, interligados. Seis décadas depois o conceito foi muito além das teorias e estudos sobre globalização: a transformação digital chegou por completo, primeiro engatinhando em ritmo gradativo, hoje em dia em um sobressalto que parece difícil de prever onde estaremos daqui a vinte ou trinta anos. São tantas as variáveis e possibilidades de uso da tecnologia digital às soluções de problemas tradicionais que torna-se difícil mensurar o quão longe chegaremos e o quão nosso dia a dia ainda mudará.
O conceito aplicado à cultura organizacional
A transformação digital não se resume apenas ao processo de agregar novas tecnologias, já que sua influência abrangente envolve uma dezena de termos e conceitos discutidos por empresas ao redor do mundo: Business Intelligence, Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial, Realidade Aumentada, Data Driven… É uma mudança tão profunda vivenciada pela sociedade que age como se o status quo fosse desafiado diariamente, nos empurrando a experimentar soluções de uma nova maneira, a enxergar a tecnologia como aliada e entender onde a criatividade inerente ao ser humano precisa ser aplicada.
Como característico “ponto fora da curva”, a transformação digital demanda, principalmente em organizações mais arcaicas, uma mudança estrutural em todos os setores da empresa. A tecnologia exerce papel fundamental em como vivemos hoje em dia e, com a tendência de que sua abrangência se expanda em ritmo vertiginoso nos próximos anos, é impossível ver algum setor do mercado que não seja influenciado por suas inovações. Refletindo em melhorias no alcance, desempenho, crescimento e rentabilidade financeira das empresas, é uma área que demanda, além de conhecimento e pesquisa, um alto nível de investimento.
Maximizando performance com a digitalização
Papel é item do passado, arquivo físico é formalidade, dinheiro agora é digital e agilidade é a palavra de ordem: em um mundo conectado, mercado e sociedade são marcados pela democratização do uso da tecnologia. Transformação digital é muito mais sobre utilizar a tecnologia como centro primordial da estratégia adotada pela empresa do que ações online. Não é só ter um site responsivo, ativo e atualizado, é exercer uma gestão digital, que preze o uso da tecnologia para aprimorar o desempenho dentro e fora da organização.
É preciso estar presente onde o cliente está
Em pesquisa divulgada pela Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, é previsto que em 2024 o número de dispositivos móveis em todo o mundo chegue aos 17,72 bilhões. A fim de comparação, a Organização das Nações Unidas estima que a população mundial tenha chegado aos 7,8 bilhões em 2020. Isso representa uma média de mais de 2 dispositivos conectados por pessoa! Em coluna da Forbes publicada por Bernard Marr, especialista em Intelligence Business Performance, o volume de dados criado nos últimos dois anos é maior do que o produzido em toda a história da humanidade. Esses são apenas alguns dos tantos dados que comprovam como a tecnologia está presente no cotidiano das pessoas atualmente. Então porque não estar onde seus clientes estão?
A Quarta Revolução Industrial é digital
Em um mercado que inspira competitividade, é natural que implementar uma cultura de transformação digital em empresas que nasceram antes do surgimento da internet pareça um desafio gigantesco. Muito do conhecimento necessário e das regras que ditavam a maior parte do progresso de empreendimentos no final do século passado não se aplica mais no contexto atual. Qualquer empresa pode aproveitar as vantagens que uma gestão digital traz a curto, médio e longo prazo. Por sua característica disruptiva, muitos teóricos especulam que estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial, mais silenciosa que suas antecessoras e sem precedentes. É a fusão dos mundos físico, digital e biológico que dão uma prévia do que o futuro nos guarda, impactando e alcançando novos espaços em alta velocidade.
Em quê as empresas mais investem
Seja para ter menos processos manuais, aumentar a produtividade e qualidade da entrega, ganhar vantagens competitivas, reduzir custos, aprimorar o relacionamento com o cliente, conquistar mais segurança e encontrar novas oportunidades de negócio, são muitas as tecnologias que podem ser investidas no dia a dia das empresas em um processo contínuo de transformação digital. As principais mais utilizadas costumam ser:
- Big data e data driven company
A McKinsey Global Institute acredita que Big Data é “a próxima fronteira para inovação, competição e produtividade” entre empresas ao redor do mundo. Esse é o termo que designa o processamento e armazenamento de grandes volumes de dados, geralmente não estruturados. A utilização dessas informações é característico das Data Driven Company, empresas cujas estratégias se baseiam em conhecimento e análises dos dados coletados.
- Inteligência artificial e machine learning
Utilizando-se da capacidade de aprendizagem de máquina, a inteligência artificial permite cenários inimagináveis há apenas algumas décadas. Com possibilidades de analisar e propor conclusões por conta própria, é um recurso capaz de estabelecer experiências hiperpersonalizadas, a partir da coleta de dados do comportamento do consumidor. Com chatbots, automação e otimização de rotinas, garante agilidade e eficácia para o marketing.
- Internet das coisas
A IoT resume-se em uma ampla gama de dispositivos conectados além dos que já estamos acostumados, como smartphones, tablets, computadores e smart TVs. Agora é a vez dos eletrodomésticos e lâmpadas inteligentes, wearables e outras infinitas possibilidades antes difíceis de conceber. Sua função é unir o mundo físico e digital, facilitando a vida, além de analisar informações em tempo real e criar experiências integradas de consumo.
- Realidade virtual e aumentada
A realidade virtual com sua possibilidade de experiência digital imersiva representa uma maneira revolucionária de produzir e consumir conteúdo. É uma transformação nas ações de marketing e vendas. Imagine “ver” e “tocar” um produto em sua casa antes de adquiri-lo em um e-commerce! O recurso pode vir a se tornar também um divisor de águas para apresentações corporativas, educação à distância e presencial também.
O que falta para transformar os dados da sua empresa em informações inteligentes?